sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Marcelli Mendonça: Música Sertaneja

Sertanejo Universitário


         As primeiras músicas caipiras foram associadas no Brasil á música a partir da década de 1920 por vários compositores rurais e urbanos, outrora chamada de modas, toadas, cateretês, chulas, emboladas e também os chamados batuques onde o som da viola é algo predominante.

O adjetivo sertanejo se refere aos locais que são mais afastados e longe das cidades, ainda que possa ser mais presente para alguns a sua relação com toda a cultura do nordeste do interior que encontroou a vegetação e os climas hostis além da dominação política dos coronéis obrigando assim a se desenvolver uma cultura de residência do matuto que era legitimamente sertanejo, conhecedor da caatinga. Se difere da cultura caipira principalmente a originária na área que abrange o interior do estado de São Paulo, e os Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e também Mato Grosso do sul e Paraná.
         Foi ali que teria se desenvolvido uma cultura do colono que encontrou uma grande abundância de águas, terras produtivas e também um clima que fosse totalmente ameno, típico do cerrado. É conhecida como caipira ou sertaneja, a execução composta e executada das zonas rurais do campo, a antiga chamada Moda de Viola.
         Os caipiras ou mesmo sertanejos muitas vezes em duplas ou solo utilizavam instrumentos considerados artesanais e típicos do Brasil colônia como por exemplo a viola caipira, o acordeão e a gaita
                A Primeira Era
         Foi então no ano de 1929 que surgiu a música sertaneja como se conhece atualmente. Ela teria nascido a partir das gravações feitas pelo jornalista e escritor Cornélio Pires de causos e fragmentos de cantos tradicionais rurais do interior do estado de São Paulo, norte e ainda oeste paranaenses, sul e triângulo mineiros, sudeste goiano e mato-grossense.


Nesta época as gravações pioneiras deste gênero eram conhecidas como músicas de caipira cujas letras tinham como objetivo evocar o modo de vida do homem do interior, muitas vezes que estivessem em oposição á vida do homem da cidade bem como a beleza bucólica e romântica da paisagem interiorana, este tipo de música é hoje chamado como música sertaneja de raiz, com letras que enfatizam o cotidiano e a maneira diferenciada de cantar.
         Além do cantor Cornélio Pires e sua Turma Caipira se destacaram nessa tendência mesmo que gravando em épocas posteriores as duplas Alvarenga e Ranchinho, Torres e Florêncio. Tonico e Tinoco, Vieira e Vieirinha, entre outros, vários cantores.
                      Segunda Era Sertaneja
         Foi então que surgiu uma nova fase na história da música sertaneja, que começou depois da Segunda Guerra Mundial contando com a incorporação de novos estilos de duetos com intervalos variados e o chamado estilo mariachi, gêneros que inicialmente eram a guarânia e a polca paraguaia, mais tarde o corrido e também a rancheira mexicanos, bem como a utilização de instrumentos como o acordeom e a harpa. A temática irá os tornar gradualmente mais amorosa, conservando assim um caráter autobiográfico.
         Alguns grandes destaques desta época foram os duetos de Cascatinha e Inhana, as Irmãs Galvão, Irmãs Castro, Sulino e Marrueiro, Palmeira e Biá, o Trio Luzinho, Limeira e Zezinha (lançadores da música campeira) e o cantor José Fortuna este que teria sido um grande adaptador da música de guarânia no Brasil.
         Com o passar da década de 70 foi então que a dupla Milionário e José Rico sistematizou a utilização de diversos elementos da tradição mexicana mariachi, com os floreios de violino e o trompete para que pudessem preencher espaços entre as frases e golpes de glote que produzem a qualidade soluçante na voz. Outros vários nomes como a dupla Pena Branca e Xavantinho seguiam as antigas tradições caipiras enquanto que o cantor Tião Carreiro passava a inovar fundindo o gênero com samba, coco e calango de roda.
                            Terceira Era
         Houve então a introdução da guitarra elétrica e também o que era chamado de ritmo jovem, pela dupla Léo Canhoto e Robertinho, no final de década de 1960 foi então que marcaram o início da fase moderna da música sertaneja. Um dos vários integrantes do movimento musical Jovem Guarda, como por exemplo Sérgio Reis passaram a gravar na década de 70 todo o repertório tradicional sertanejo de forma que pudesse contribuir para a penetração mais ampla do gênero. Outro expoente na época foi Renato Teixeira, outro artista a ter ganho destaque aquela altura. Naquele período os locais de diversas performances da música sertaneja eram originalmente o circo, alguns rodeios e também as rádios AM. Já depois da década de 80 esta penetração se estendeu as rádios FM e a televisão, sejam elas em programas semanais matutinos ou mesmo domingos e também trilhas sonoras de novelas ou programas específicos.
         Foi durante os anos oitenta que houve uma grande exploração comercial massificada do sertanejo, somados em certos casos a uma releitura de sucessos internacionais e mesmo da jovem Guarda. Dessa nova tendência romântica da música surgiram diversos artistas ente os quais se destacaram Trio Parada Dura, Chitãozinho & Xororó, Leandro & Leonardo, Zezé Di Camargo & Luciano, Chrystian& Ralf, Chico Rey & Paraná, João Mineiro e Marciano, Gian e Giovani, Gilberto e Gilmar.


O Sertanejo Universitário
         Por surgir após o segundo movimento sertanejo (o sertanejo romântico), esse estilo já não conta com letras tão regionais e situações vividas por caipiras (como o Sertanejo raiz). Geralmente as músicas tratam de assuntos do Sertanejo romântico da forma como os jovens veem (assuntos como poligamia e traição).
         Uma outra explicação para a origem desse movimento sertanejo é de cunho também social. A partir da década de 90, muitos jovens oriundos de regiões interioranas dos estados, ingressaram nas universidades, com isso trouxeram seus violões e romperam definitivamente com estigma do universitário que era associado a vários outros estilos.
         Com violas e violões, disseminaram nos campus e repúblicas a velha música sertaneja de raiz. Com o passar dos tempos foram associando ao violão ou mesmo a viola, instrumentos modernos como guitarras, baixos, bateria, metais e instrumentos de percussão. O resultado inicial disso foi uma nova roupagem das antigas e clássicas raízes sertanejas que com o avançar dos anos vem tomando grande espaço na mídia. Letras e músicas simples entraram na cabeça das pessoas, o que faz com que a cada dia surja novas duplas e conjuntos sertanejos e, eventualmente, estourem de vários locais do país e com vários singles conhecidos ou mesmo clássicos com uma roupagem nova.


Uma explícita característica desse estilo são os solos feitos nos violões que originalmente eram feitos em guitarras. Isso só reforça a associação dos velhos instrumentos aos modernos.

         O sertanejo universitário encontrou nos jovens, a busca do seu crescimento, trazendo um enfoque em músicas que falam de amor e baladas. Hoje, novos cantores vão surgindo ou outros adotam o estilo e a cada dia o gênero vai se popularizando mais, exemplos são Michel Teló com o hit que virou febre internacional, Ai Se Eu Te Pego, Gusttavo Lima com Balada Boa, João Lucas & Marcelo com seu Eu quero tchu, Eu quero tcha, João Neto & Frederico com Lê Lê Lê, entre outras.
Marcelli Mendonca 9º E
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